Uma das mais antigas atividades humanas, a atividade agrária passou por profundas transformações desde a Pré-História até os dias de hoje. Do estágio de caça e coleta, a humanidade chegou ao plantio, no fim do Neolítico (8000-5000 a. C.), desenvolvendo essa atividade inicialmente nas margens dos rios Nilo (Egito), Ganges(Índia), Tigre e Eufrates(Mesopotâmia) e Yang-tse-kiang (China). Com a agricultura começa a transformação do espaço natural em espaço geográfico.
A agricultura foi e ainda continua sendo praticada de maneiras diferentes, de acordo com o lugar e a época em que é desenvolvida. Como o progresso e a descoberta de novas técnicas, áreas inóspitas puderam ser aproveitadas, por exemplo, as áreas desérticas em Israel e na Califórnia, que hoje apresentam excelentes resultados nesse setor. As grandes transformações no campo aconteceram com a Revolução Industrial e a consequente revolução urbana, que provocaram as mudanças ocorridas nas relações entre o campo e a cidade nas últimas décadas.
De modo geral, podemos dizer que a agropecuária diminuiu sua participação no PIB, e a mecanização agrícola reduziu a porcentagem de pessoal ocupado no setor. Entretanto, a produtividade e a variedade são garantidas por técnicas modernas de cultivo e colheita. Nos países subdesenvolvidos industrializados, a pseudomodernização do campo resultou em êxodo rural, que engrossou as estatísticas de desempregados e miseráveis nas cidades. Países que vivem basicamente de agricultura tentam evitar a fome e manter um modo de vida ligado ao campo.
O progresso do setor agrícola é fundamental para aumentar a renda das pessoas mais pobres e os níveis de consumo de energia. Um país com uma participação elevada da agricultura no PIB total e com uma elevada população rural possui, quase sempre, baixos índices de renda per capita e altos índices de desnutrição crônica. Quando os países não produzem alimentos em quantidade suficiente para sua população, acabam recorrendo à importação. Em países pobres a capacidade para financiar esse gasto pode prejudicar a média de consumo alimentar da população.
O agronegócio ou complexo Agroindustrial é uma característica da agricultura moderna, que recebe investimentos intensivos de capitais e tecnologia. Compreende todas as operações de produção nas propriedades agrícolas, o armazenamento, o processamento e a distribuição desses produtos e seus derivados (suco de laranja, óleo de soja, farinha de trigo, álcool, carne e outros). No mercado mundial, os produtos do agronegócio são denominados commodity. A Chicago Broad of Trade (CBOT) é o mais importante centro de compra e venda desses produtos. No Brasil, eles são negociados na Bolsa de Mercadorias e Futuros (BMF) DE São Paulo, porém, em virtude dos melhores resultados, muitos produtores brasileiros realizam seus negócios diretamente na CBOT.
É no comércio exterior dos produtos agrícolas que os países desenvolvidos levam vantagem sobre os subdesenvolvidos. A competição não envolve apenas capacidade técnica e científica. Os mais ricos, reunidos em blocos econômicos, têm como grande arma o protecionismo de seus setores agrícolas ( subsídios, dificuldades para as importações e facilidades para as exportações) e, assim, aumentam o sue poder de competição no mercado internacional. A política desses países sempre privilegiou a agricultura, enquanto no interior dos blocos econômicos o discurso é a “livre circulação de mercadorias”. Essa política aumenta mais ainda a desigualdade econômica entre os países do Norte e do Sul. Sem falar nos preços mais baixos, no mercado mundial, das principais commodities, que são geralmente produzidas por países subdesenvolvidos.


Principais Produtos Agrícolas do Mundo
Veja a seguir quais são os principais produtos agrícolas do mundo e seus maiores produtores.


Referência Bibliográfica:

LÚCIA, Marina e TÉRCIO. Geografia Geral e do Brasil: volume único, 1ª ed. – São Paulo: Ed. Ática, 2011, p. 428-431.